*
Comemoram-se certezas dos pretéritos imperfeitos,
Na perfeição cega dos pretéritos que não enganavam,
Compondo formas do prolongamento que atravessa,
Amanhecidas amnésias de pretéritos defeitos,
Imperfeitos epitáfios que sortes findas dominavam,
Louvores próprios que o próprio pretérito expressa,
Louvando suas promessas vendidas na promessa,
Promessas prometidas no leito de alheios leitos,
Tão alheios que deles outros pretéritos esbulhavam,
Particípios passados por pretéritos crentes que vagavam,
Abrindo álveos acolhedores de caminhos insuspeitos,
Chorrilhos sem fim dos prometidos passados perfeitos,
Verbos de papel que na límpida água se afogavam!
Pretéritos mais-que-perfeitos arrependidos,
Sempre dependentes dos Amores que conquistara,
Contara pretéritas estórias inventadas a fiéis inimigos,
Atrasados no encontro da partida de quem regressara,
Quando voltou a partir com o regresso que voltara,
Na passada gravura, essa marca futura de perigo,
Imperfeitos tempos consagrados em infiéis amigos,
Amores de imperfeitas certezas que o tempo alcançara!
Guarda-se na memória o Futuro do Pretérito que chora,
Sabendo que se soubesse, saber seu futuro não saberia,
Sabe de sua tristeza que nem por ódio nem Amor trocaria,
Preferindo efémeras paixões desvanecidas na aurora,
Desencontro de tempo que o verbo escolheria sem demora,
Se outros tempos permitissem visão do tempo que viria!
Voltou o Pretérito Perfeito que sua sorte porfiou,
Lutou cegamente cegando seus olhos que o cegou,
Obstinação dedicada ao que por seu Amor sentia,
Recorda os crepúsculos onde sua paixão dormia,
Desperta madrugada que por ele se apaixonou,
Fresca alva que ao tempo do verbo se oferecia,
Em frescos ímpetos da emoção que florescia,
Cama florida onde platónico passado se deitou,
Alimentando vazios nadas do nada que fenecia,
Renascendo do nada o pouco mais de nada que restou,
Perfeitos e imperfeitos nadas que a razão desprezou,
Cultivado pretérito que aos pretéritos se oferecia!
O que passou, passou, em todo seu pretérito indubitável,
Não é a morte do tempo que pelo tempo impávido passa,
É o grassar que se transfunde em cicatriz inevitável!
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Na perfeição cega dos pretéritos que não enganavam,
Compondo formas do prolongamento que atravessa,
Amanhecidas amnésias de pretéritos defeitos,
Imperfeitos epitáfios que sortes findas dominavam,
Louvores próprios que o próprio pretérito expressa,
Louvando suas promessas vendidas na promessa,
Promessas prometidas no leito de alheios leitos,
Tão alheios que deles outros pretéritos esbulhavam,
Particípios passados por pretéritos crentes que vagavam,
Abrindo álveos acolhedores de caminhos insuspeitos,
Chorrilhos sem fim dos prometidos passados perfeitos,
Verbos de papel que na límpida água se afogavam!
Pretéritos mais-que-perfeitos arrependidos,
Sempre dependentes dos Amores que conquistara,
Contara pretéritas estórias inventadas a fiéis inimigos,
Atrasados no encontro da partida de quem regressara,
Quando voltou a partir com o regresso que voltara,
Na passada gravura, essa marca futura de perigo,
Imperfeitos tempos consagrados em infiéis amigos,
Amores de imperfeitas certezas que o tempo alcançara!
Guarda-se na memória o Futuro do Pretérito que chora,
Sabendo que se soubesse, saber seu futuro não saberia,
Sabe de sua tristeza que nem por ódio nem Amor trocaria,
Preferindo efémeras paixões desvanecidas na aurora,
Desencontro de tempo que o verbo escolheria sem demora,
Se outros tempos permitissem visão do tempo que viria!
Voltou o Pretérito Perfeito que sua sorte porfiou,
Lutou cegamente cegando seus olhos que o cegou,
Obstinação dedicada ao que por seu Amor sentia,
Recorda os crepúsculos onde sua paixão dormia,
Desperta madrugada que por ele se apaixonou,
Fresca alva que ao tempo do verbo se oferecia,
Em frescos ímpetos da emoção que florescia,
Cama florida onde platónico passado se deitou,
Alimentando vazios nadas do nada que fenecia,
Renascendo do nada o pouco mais de nada que restou,
Perfeitos e imperfeitos nadas que a razão desprezou,
Cultivado pretérito que aos pretéritos se oferecia!
O que passou, passou, em todo seu pretérito indubitável,
Não é a morte do tempo que pelo tempo impávido passa,
É o grassar que se transfunde em cicatriz inevitável!
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10 comentários:
DiVerso Krystal, diverso!
Nos versos do poeta novos verbos compostos na forma pretérita à diversividade da linguagem que a alma, ainda que não os conjuguem... o poeta, "pré-sente".
Não seria poeta, se o verbo, pretérito, fosse imperfeito e dele subjuntivo.
Não seria poema, se o verbo, futuro, do pretérito, claro, assim não o fosse.
@
Krystal,
e ais de mim, de nós, que pretérito não fosse pretérito e que dele não nos valéssemos de suas experiências.
Amores que passam, amigos(?) que passam, momentos que passam... cicatrizes sempre vão existir, dores e amores mal resolvidos, também... Mesmo quando nos arriscamos a dormir com nossos pretéritos em gerúndio... a vida, aquela... exausta por suas histórias pretéritas, continua latente, exigindo cuidado e pedindo calma à calma que se faz necessária na reflexão.
Das muitas opções... a opção! de alguns encontros... o desencontro. Mas há também quem aposte no re-encontro. Pretérito?! Não! é no futuro do presente que acordamos nos melhores sonhos. Não fosse assim, dormir... Não teria graça!
Bom domingo!
Na (im)perfeição do sentir, a perfeição das palavras
beijos e boa semana
magnifico dom da escrita, transformando pretéritos em versos... majestoso.
parabens
Andresa
Mas o verbo que hoje conjugo
É o pretérito-mais-que-perfeito
E o que hoje eu vivo
Parece o resto de um sujeito
Com predicado infinito
De um gerúndio interrompido
Por acordar desse meu sonho
Onde me comprometi no infinitivo
Tenho a sensação de já ter vivido
Tudo o que a vida já me deu
Pareço já ter morrido
E apenas vegeto por não ser mais teu
Posso não ter mais a ti
Por conjugar tanto o passado
E parecer um anjo caído
Morto e condenado
A viver do passado
Hoje já não penso
Apenas lembro, lembro e... sonho
um otimo dia
Andresa
Krystal,
imperfeitos pretéritos conjugados sob a promessa do presente que redime...
do futuro, só o verbo, o velho e gasto verbo, da ilusão poética.
O poema é excelente.
Mas este género de poesia deve dar-te um trabalhão... penso eu...
Abraço.
Engraçado, me lembrei da vida plástica que acabamos levando, tudo perfeito, mas na sua essencial, tão errado...
Fique ocm Deus, menino Krystal Di Verso.
Um abraço.
Engraçado, me lembrei da vida plástica que acabamos levando, tudo perfeito, mas na sua essencial, tão errado...
Fique ocm Deus, menino Krystal Di Verso.
Um abraço.
verbos... presentes, conjugados, vividos e saboreados... verbos... pretéritos de uma vida... vivida em não vidas... sentidos imperfeitos... sentidos, apenas.
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