quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Desausência ausente (Vão de Ausências Vãs)


Procurando certezas no labirinto fechado dos dias,
Tenteias corredores onde não encontras o que procuras,
No equilíbrio vão contornas-te em tuas linhas inseguras,
Contorcendo atrevidos ângulos curvos pelos quais te guias,
Visão azimutal reconstruída no círculo que só tua vias,
Clarão de teu Destino, prisioneiro de tuas agruras!

Navegando sobre tua água que alguém não soube,
Naufragou no Amor vão de quem pouco amou,
Abraço das Ondas que o braço do Oceano abraçou,
Oceano minúsculo onde um Mar de Amor não coube,
Distância salgada que a Amor doce pouco soube,
Causa de sede distante que teu desejo não saciou,
Amar de sal onde teu potável Amor afundou!

Naufrago sedento nesse teu sal que me alimenta,
Cresce minha sede que por tua ausência me atormenta,
Vã tormenta salgada possuindo-me em turbilhão de sede,

Sede sagrada benzida em Oceano intransponível de água-benta,
Água baptismal que tão perto de tua alma à deriva esteve,
Baptista de nossas almas gémeas salvas nos nós de nossa rede,
Ausência doce que ausente de nós na salácia concentida se assenta!

Ausente enquanto navegas velas rasgadas de tua memória,
Desato o nó sagrado do cruzamento que por ti se aguenta ,
Liberdade conseguida na vã ausência que te leva à Victoria!

6 comentários:

Teresa Alves disse...

Poeta, sempre DiVerso!


Expressar sentimentos e cantá-los em versos é tarefa de Poetas, que DiVerso, fiel ao (cri)Krystal que se espelha, mais uma história nos conta.
Porque afinal é assim mesmo que os grandes Poetas fazem: acenam ao espetáculo, sobem as cortinas e declamam seus poemas ao fundo mágico de uma melodia harmoniosa. Enquanto nós, platéia, pela voz do Poeta, permanecemos ali imóveis, envolvidos pela atmosfera poética e ansiosos pelo desfecho. E ao final, comovidos, não raro, passamos as mãos sobre os olhos, corrigimos eventuais poças d'águas que enturvam nossa visão, cedemos aplausos ao descer das cortinas, agradecemos o espetáculo e satisfeitos, nos despedimos com um "Até breve".

Em "Desausência ausente" o Poeta constrói versos conjugados em tempos, umas vezes pretéritos, outras presentes e alguns futuros adivinhados na leve sintonia em rimas que nos sugerem um final, senão feliz, confortante. A "desausência" é presença, em consentimento à ausência que a distância possibilita, em mares, ou oceanos, entre os braços que abraçam sentimentos e que os purificam à beleza da razão... que sem razão, não resistiria.









----@____ Parabéns pelo Primeiro Aniversário de KrystalDiVerso.

doce disse...

"Vão de Ausências Vãs"

Por que será que tenho sempre a impressão de vir aqui e sair de alma lavada? Por quê?

Enquanto alguns poetas sofrem de amor, choram de amor, lamentam a perda do amor, a ausência do amor, a morte do amor e velam seu amor num ato contínuo e desesperado, aqui o Poeta comemora o amor, o seu amor e sacia-se, em fome, sede e desejos. Completa versos de vida em versos silenciosos de anseios realizados em felicidade conjugal com satisfação sexual.

Do amor naufragado em mares perdidos, o Poeta mergulha na certeza de tornar suas águas salgadas em doces lembranças de oceanos que equilibram toda uma vida de incertos abraços em firmes braços que sustentam nada menos que outros braços.

E se menos doce, se salgado, amor? Ou doce ilusão? Não!

O Poeta sabe onde escreve seus versos, sabe que a mesma água onde molhamos nossos pés, adsorve nossa alma... em sentimentos, sempre os mais justos possíveis. Sabe também que a tinta, à prova d'água, não se desfaz com as ondas... porque são ondas de bem querer, de sinceridade conferida à simplicidade de um rio... que como rio, rio.


É lindo.

Carla disse...

se da ausência a saudade se transforma em vitória que bom que é
beijo

Nilson Barcelli disse...

Impressionante, como sempre.
Li e reli, gostei e continuei a gostar.
Um Feliz Natal.
Abraço.

Anónimo disse...

DiVerso,

Um Poeta e Um Homem... Um Poema e seus versos... Uma História em tantas histórias...



Bom Natal!!

Teresa Alves disse...

Poeta DiVerso,


não pude deixar de observar que a imagem foi alterada e que na ausência de vãos sentei-me a espreitar suas paisagens tão bem decoradas, mas lamentei não ter encontrado os mesmos pássaros que voavam livres pelo espaço de Krystal à primeira imagem, como quem celebrasse, talvez, com suas asas a "victoria" da "desausência".












**___@---Simples observação de um leitor.