segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Fim do Tempo que Vem

*
O Fim do tempo que nosso tempo de mãos abertas aguardou,
Como se de um tempo de todos os tempos nosso tempo tratasse,
Por cada tempo que no tempo passou e parado no tempo aguardasse,
Aguardando naquele tempo tratado que pelo tempo o tempo tratou,
Acordo temporário gravado na Esperança que no tempo perdido gravou,
Esperanças temporãs do tempo na espera que o tempo fecundasse!
*
E o tempo que sempre passa,
Passa por não ser o tempo pelo qual teu desejo passou,
Passando por ser tempo escondido de nova esperança traída,
Não passa de adiado tempo passado por momentos de fé vencida,
Vencendo os mesmos momentos que o tempo de ti e por ti se guardou,
Guardando teu resguardado tempo que no tempo certo do tempo se libertou,
Voando nas asas do tempo em adejado voo sobre tua hora prometida!
*
Mas tudo que do tempo resta é a silenciosa profecia caída em graça,
Desgraçada na ideia calada do tempo de sempre que passa!
*
São bem vindas chaves de ouro que brilham no tempo fechado,
Olhos fechados de promessas douradas semeadas no credo do tempo,
Fechaduras intemporais das palavras prisioneiras em celas de vento,
Brisa que desliza nas goelas de um passageiro por alguém arrebatado,
Descrente de tudo na crença do nada é falsa volta de pião desatinado,
Rodopiando no avesso do sentido contrário à mágoa do desalento!

*
Fechaduras de mil línguas que dos tempos fantásticos se servem,
Portas fechadas que de tempos a tempos prometiam abrir-se ao alento,
Do último dia, volta o primeiro de onde as mesmas dúvidas se erguem!
*
Mas tudo que do tempo resta é a silenciosa profecia caída em graça,
Desgraçada na ideia calada do tempo de sempre que passa!
*

15 comentários:

Teresa Alves disse...

DiVerso Poeta,

bem diverso e não seria diferente não fosse DiVerso a escrever um poema onde a primeira linha de ação que me ocorre é a amizade.

Não! Não me refiro àquela amizade onde plantamos palavras, embora sinceras e admiráveis referenciadas à beleza do outro, daquele "ser outro" que está ao alcance de nossas mãos e próximo ao coração, onde esperamos colher bons frutos de recompensa. Vai além! Refiro-me àquela amizade que ultrapassa o coração e atinge a alma, substituindo palavras gentis por verdades, que mesmo ferindo não deixam de ser verdades, porque existe a intimidade do bem maior que prevalece sobre pontos de vistas soro discordantes e à primeira vista, podemos mesmo duvidar da lealdade do amigo, que em capa revestida, pensamos não reconhecer. Confundimos, natural, nos magoamos, às vezes, por não querer acreditar no outro, que nos serve no lugar de saborosas refeições, alguma coisa similar à desilusão e por um momento, a dor parece vencer à fé do amigo que nos parecia tão fiel e presente. Mas é aqui que o milagre da vida, e diria, da re.vida(!) e do re.nascimento(!) se faz.

Então, o Poeta em versos, nos conta uma história de amor e de amizade. Substitui suas belas sereias de poemas anteriores pela imagem estática de uma sem vida, sugerindo que há quem morra de sede ou seca frente ao oceano, como quem renegasse a própria sorte, ou desprezasse a sabedoria de se ter um amigo, ainda que assim não nos pareça. Mas, vinculada à imagem, temos 2010(!!) e aliado ao título do poema "O FIM DO TEMPO", o Poeta nos seduz, mais Poeta-DiVerso que nunca, nos fazendo acreditar que nem tudo está perdido e que a amizade proposta pode ser vencida pelo "VEM" do NOVO ANO que às portas se anuncia, carecendo, assim, de uma edição final (ao poema), como quem carrega na alma a esperança de que o futuro nos reserva o melhor, tanto para nós, quanto para aqueles que amamos.

Aqui, o Amigo elege a amizade naquela intimidade, depositando no tempo o tempo que o tempo pede, se fazendo presente na beleza da conquista de rimas, pintando palavras em tons diversos de azul e de posse da chave de "ouro" que há de abrir novamente a porta, agora de um novo tempo, de um novo amor, da verdadeira e única amizade que valida e sossega nossa alma.


Não tenho dúvidas de que o tempo supera qualquer dificuldade e os laços, verdadeiros laços de amizade, sejam verdadeiros nós de eterna aprendizagem.











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Ao Poeta e Família, Feliz Novo!

Teresa Alves disse...

KrystalDiVerso,



Pela edição em cores de "tempo-esperança", perfeito!
__@--

Anónimo disse...

{{{{ ___ adsorvida pelo tempo que me resta,



feliz Ano Novo em Tempo Novo!

carlos diogo disse...

escreves muito,estou parvo... boas festas

RENATA CORDEIRO disse...

Olá, Krystal*
Poema admirável! *O Tempo Finda* irremediável e fatalmente. É implacável o tempo natural.
Mas existe o nosso tempo, a nossa dimensão, o tempo dentro de nós. Que pomos em tudo e todos a fim de apreciar, contemplar, amar. Este tempo é próprio. Ninguém nos rouba. Podem até nos violar, despedaçar, estraçalhar. Renascemos. Cada um tem o seu tempo. E podemos dar um tanto deste tempo a quem precisa.
Agradeço imensamente pelo tempo que me concede, pela compreensão. Deixo-lhe este tempo, apesar de tudo e todos.
Quanto mais a vida me morde, mais vontade tenho de morder a vida. E mordo mesmo. Amo viver e vivo intensamente*
Bom 2010, com tudo o que você deseja*
Beijos abraços
Renata

SEMPRE É TEMPO DE SER FELIZ
Teu charme é luz que seduz
Em sorrisos de plena alegria
Tua beleza desfila a clara manhã
De cintilantes majestades
E as horas passam depressa
Tão ligeiras tão saltitantes
Qual suave vento do mar
Dizendo que tua vida encanta
Tua inteligência vibra e voa
Pairando em desfiles de pura poesia
Por onde passas por onde vives
Deixarás saudades e lembranças
Definitivas
Sempre é tempo de ser feliz

Nilson Barcelli disse...

Fabuloso!!!
Escrever assim deve dar imenso trabalho, porque para alcançar a excelência, que é evidente, a complexidade das frases, ideias e conceitos, devem ser muito difíceis de conseguir com toda esta perfeição, sonoridade, ritmo, etc., etc.
Parabéns por mais esta pérola poética.
Caro amigo, desejo-lhe as maiores felicidades para o novo ano que se aproxima.
Abraços.

Anónimo disse...

"Portas fechadas que de tempos a tempos prometiam abrir-se ao alento,
Do último dia, volta o primeiro de onde as mesmas dúvidas se erguem!"




Krystal,
não penso que esteja "fechada", no "Tempo que Vem" há de se abrir... sem dúvidas... e nas certezas de um novo "Fim".

Boas Festas à família.

Graça disse...

Magnífico este dizer do tempo...

E que haja sempre tempo de ser feliz... em cada dia desse ano que vai começar.

Um beijo

Unknown disse...

Fiquei sem palavras... palavras que para si são tão fáceis de manusear, num verdadeiro e estonteante malabarismo!

Votos de boas entradas e que em 2010 se concretizem todas as suas aspirações!

Beijos [e] abraços :-)

Teresa Alves disse...

KrystalDiVerso,

antes d"O Fim do Tempo", votos de um Feliz Ano Novo neste "Tempo que Vem".










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AnaMar (pseudónimo) disse...

Um FUNtabulástico 2010.
Com muita alegria.
2010 beijos e abraços

Dona Sra. Urtigão disse...

Dessa vez encontro aqui o tempo, em todas as suas verdades, porem as palavras estão montadas como a nos embalar, adoçar um remédio.

Celamar Maione disse...

Tempo, um grande mistério.
Belo jogo de palavras. Poesia.
Esperança. Temperança.
Obrigada pela sua visita e pelas suas palavras.
Excelente início de ano.

Anónimo disse...

...e veio em tempo novo de renovações, em silêncio às certezas e (re)fez-se.
Mas que era assim, mesmo que não
fosse exatamente assim.

Teresa Alves disse...

Poeta DiVerso,

fim de tarde no comecinho de uma noite de verão num feriado de sexta-feira.



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No novo TEMPO pintado em verde-esperança e amarelo-ouro "esperança-ouro-fantásticos" que o Artista edita. Tal qual um menino a brincar com a diversividade de cores e a descobrir, talvez, que na mistura, entre uma e outras, novas cores e novas esperanças no tempo, naquele, "FIM DO TEMPO QUE VEM", refeito senão, pelos sonhos, só porque o verde se fez e se refaz, ainda que, nas tintas do Poeta.









Bom fim de semana.
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