quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pequenos Seres de Luz




Uma formiga fraquinha,
Encontrou uma esmorecida Luz doente,
Perguntou-lhe meiguinha,
Se aquela luzinha,
Já havia tido um brilho diferente,
A Luz piscou um sinal contente,
Entristecendo-se no olhar da formiguinha,
Mas uma centelha de Esperança fulgente,
Iluminou a ténue Luz mansinha,
Que viu um brilho de rainha,
Na polarização luzente,
De uma Alma latente,
Naquela frágil alminha!

Uma formiga Tão longe do Verão,
Tão próxima de um sagrado destino,
Sobreviveu na força de seu coração,
Que a protegia da má direcção,
Atalhos de engano ferino,
Caminhos em negação do Divino,
Cortados de Divina ligação,
Ao Amor cristalino,
Iluminado pelo Amor da criação!

Uma Luz tão distante do Dia,
Tão apagada das noites cintilantes,
Dormia entre sombras brilhantes,
Semblantes de uma Divina profecia,
Presságio de tão serena energia,
Que haveria de fazer exultantes,
Intangíveis almas jubilantes,
Habituados à humana carestia,
De mundanos valores exorbitantes!

Olhando na noite um vaga-lume amigo,
Que brilhava num coração de gelo transparente,
Iluminou-se seu meigo olhar que trazia consigo,
Ao lembrar-se dos congelados campos de trigo,
E dos pirilampos de conservada luz intermitente,
Engraçada Luz riscada na noite de um Céu antigo,
Que abria os sorrisos ameninados de muita gente!

E a Luz triste vendo-se pelas trevas envolvida,
Libertava uma lágrima sem brilho pelo frio vencida,
Perdendo o calor, sentia seu Destino congelar,
Não sabendo que seu Fado,
Ainda que parecendo apagado,
Era uma dádiva por Alguém prometida,
Esperança de Vida com liberdade para sonhar,
Que o sublime Sonho da vida ajuda a imaginar,
Promessas realizadas da Esperança renascida!

Um tremeluzido solidário de humildade,
Por tão humilde força de sinceridade,
Da fraqueza de todos os Seres invisíveis,
Encheu-se de Luz desprovida de vaidade,
E contra todos os presságios terríveis,
Com a Luz de todas as Almas sensíveis,
Encheu todos os olhares com Bondade,
Tornando todos os sonhos possíveis!

A valente humildade da pequena formiga,
Maior do que o egoísmo da humanidade,
Apelou às feromonas de sua identidade,
Suplicando toda a ajuda das obreiras da vida,
Ordenou a sábia rainha prenha de solidariedade,
Que a seara fosse por todas as formigas aquecida,
Descongelando todos os vaga-lumes de Luz perdida,
Para que fosse apontada a Esperança da Verdade!

Mil milhões de débeis brilhos,
Unidos num universal esplendor,
Formaram uma Estrela de Amor,
Divinal Mãe de todos os filhos!

Há lágrimas que escorrerão nos cravos da Cruz,
Há Pais, Mães e filhos que procuram alguém,
Há pirilampos, pequenas formigas e Muita Luz!




3 comentários:

Anónimo disse...

...e fez-se a luz.


Boas Festas!

Teresa Alves disse...

Porque é Natal em verde e branco no palco de DiVerso, na serenidade e na paz que todos nós almejamos conquistar, independente do espaço e do tempo.

A formiga, a luz e os pirilampos.

Há poemas que encantam. Há poemas que fazem chorar. E há poemas que vislumbram sorrisos e encontros. Há poemas que aconchegam. Há poemas que conspiram.

E há todo um uniVerso conspirando a favor da comunhão, da ética e da igualdade, no poema que tanto encanta e vislumbra sorrisos quanto provoca lágrimas, mas que também acaricia e conforta.

“Pequenos Seres de Luz” é um poema iluminado pelo amor ‘Krystalino’ ["Que a protegia da má direcção"] onde seus versos ultrapassam a realidade e afloram o imaginário, REcriando um espetáculo de luz e sensações, e consequentemente, enriquecendo substancialmente a composição poética.

É preciso ‘ouvir’ o poema e permitir que ele flua de acordo com as experiências de cada leitor-ouvinte. Palco de fragilidade, umas vezes formiga, outras pirilampo, a poesia dispensa a lógica, e o uniVerso inaugura um mundo onde tudo é possível pela força do sentimento: “Mil milhões de débeis brilhos / Unidos num universal esplendor...”.

Se formiga... se pirilampo... não importa. Às vezes a intenção justifica os fatos. O poema continua sendo poema. A formiga também. Corrigindo a solidão, ela sabe que é possível erradicar as trevas.

É Krystal e é DiVerso: “Perdendo o calor, sentia seu Destino congelar”. É impossível se sentir imune ao verso. Da mesma forma que à autoria não basta conhecer, é preciso integrar-se à cena e se for possível, experimentá-la, há versos que reivindicam a humanização da poesia e forçosamente deixamos de ser plateia para atuarmos no palco.

Algumas dores provêm de achismos. Infelizmente. Nem por isso, menos dores. Outras, são verdadeiras convicções, necessárias e muitas vezes essenciais à cura: “Para que fosse apontada a Esperança da Verdade!”.

No Natal verde e branco “Há lágrimas que escorrerão nos cravos da Cruz” e na promessa que é salvação, Jesus.




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Mais que poema, mais que poesia. Mais uma vez agradeço a oportunidade da reflexão que se faz necessária ao reposicionamento de ações, atitudes e mesmo, gestos.

Boa Festas à família KrystalDiVerso.

Teresa Alves disse...

Do Wallpaper:

A chama, sempre ela, a formiguinha, o dedo [em riste]. O berço! Luzes fosforescentes e a estrela. Guias, eternas guias.

E como senão bastasse, um ponto, logo abaixo da estrela.

Até ele, também guia.

Esperança, porque o palco é de esperança.

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É sempre um prazer me perder nesses versos, buscar respostas e saber que elas não existem, porque mais importante que encontrá-las, continua sendo a busca.