Erguidos os labirintos que me fitam,
Flutuam sobre plataforma flutuantes,
Há palavras em reflexos que me imitam,
Pesados versos que sobre mim levitam,
Fazendo-me leve em curvas insinuantes,
Insinuando-se nas finas linhas sibilantes,
Que, passando, nos meus Poemas ficam!
É tempo de voltar à iniciação final da Poesia,
Reviver o ritual do princípio nunca abdicado,
Velha estreia de um outro princípio acabado,
Que começa onde o anunciado fim se inicia,
Acabando por ser imagem de minha ironia,
Escondidos olhos de um espelho debutado,
Quebrado por um sofrido brilho sem agonia,
Gasto pelo tempo há muito tempo iniciado!
Olhando esta vassoura de Krystal, na mão,
Leve de peso que eu carrego com algum Amor,
Pesado na leveza deste meu estranho coração,
Onde não bate aquele impulso de estranha dor,
Afeiçoada às grades de doce cárcere libertador,
Que todos liberta do deslumbre forte da ilusão,
Desvanecida na serenidade ilusória do alvor!
Brincando com letras mágicas,
Ofereci o riso aos dramas profundos,
Lágrimas prenhes aos estéreis fecundos,
Ainda dei palavras às felicidades trágicas,
E cem anos de vida a abortos moribundos!
E cem anos de vida a abortos moribundos!
Os filamentos triunfantes de poética piaçaba,
Prolongaram Poemas longos que se foram repetindo,
Varrendo escória que o avesso dos tapetes foi atraindo,
Deformando Protuberâncias de quem, sem o saber, se gaba,
De ser o portador legítimo de uma vassoura que aldraba,
Escondendo almas nuas que de lixo se foram vestindo!
É-me agora oferecido todo este labirinto de Krystal,
Sem muros até ao inferno nem estreitos becos sem saída,
Em cada esquina de mistério desenha-se uma sátira perdida,
Que encontra na próxima entrada um céu de ironia natural,
Onde repousarei de todo este descanso pouco consensual,
Entre os pobres poetas e os génios de loucura varrida!
Entre os pobres poetas e os génios de loucura varrida!
Desliza o derradeiro Poema no alheio rodapé que se acalma,
Enquanto recolho a vassoura que varre o KrystalDiVerso,
Substituído por pequenos Poemas de um krystald’Alma!