Entre as sombras de linhas e o advérbio invisível,
Esgueira-se na noite uma verdejante alma sensível,
Longe dos caminhos perdidos de inúteis catervas,
Modificando o sentido sofrido de um verbo risível,
No modo de ser das palavras suas humildes servas,
Amenizando a intensidade dos tempos sem reservas,
Circunstâncias indicadas de pensamento concebível,
Fogo gravado na capa pobre por pequenas minervas,
Favor queimado na pele dos filhos das tristes ervas!
Entre linhas sombrias e o invisível advérbio solitário,
Brilha o olhar cabisbaixo da vergonha e seu contrário,
Infâmia de um penitente, inocente de sua condição,
Triste Pobreza quase daninha em consagrado glossário,
Léxico rejeitado em abandonados ermos de perdição,
Onde crescem arcaicos termos adverbiados de rejeição,
Verde erva sempre verde na esperança de um corolário,
Proposição lógica de impoluta Alma por justa asserção,
Culpa da inocência, por ser erva, dada à luz na redenção!
No modo de ser das palavras, suas humildes servas,
Vivem inocentes os solitários filhos das tristes ervas!
Conspiraram nas searas as gramíneas virulentas,
Pintando céus azuis com arrebatadas opiniões cinzentas,
E de pungidas lembranças de silenciosos galrachos parasitas,
Desenham-se veracidades sobre testas de ferro truculentas,
Lavando o rosto de aparentes chupins de si mesmo eremitas,
Despindo inverdades danadas na lavra de insuspeitas desditas;
Restou todo um céu celeste sem falsas palavras nebulentas,
Revelando fracas ervas pelo valor de uma erva mágica sedentas,
Magia que da pobreza nasceu como ervas de ouro descritas!
Voam entre reis, caminham no seio de pessoas benditas,
Respeitando o modo de ser das palavras, suas humildes servas,
E vivem felizes como inocentes e solitários filhos das tristes Ervas!