Como uma cicatriz de Amor jurada no veio da ferida,
Jura omnipotente de um Amor por Amor embargado,
Silêncio consentido das marcas dum segredo amargado,
Que na silenciosa sombra rasgava a débil mágoa fendida,
Cicatrizando a dor quer por Amor era dor de si escondida,
Na aparente solidão escondida do mesmo Amor castigado!
Não podendo mostrar todo o Amor que pelo Sol sentia,
Mostrava-se vazia de Luz nos dias onde o Sol o escondia,
Despida de sua sombra rebelde que a tristeza costurou,
Com agulhas tristes do coração que enternecido serzia,
Incandescendo silêncios que o Destino na alma ponteou,
Picotando o anelar sem dedal que desprotegido sangrou,
Trespassado pela agulha distante que o sangue expungia,
Escorrendo-o sobre a tesoura que sua felicidade cortou!
Sabendo mostrar o segredo que por Amor sentia,
Resguardando-se numa reserva de paz melancólica,
Comemorava cada momento com felicidade simbólica,
Não deixando que Amor mentido soubesse que mentia,
Ao revelar o Amor de gradadas noites pela Luz do seu dia,
Ao revelar o Amor de gradadas noites pela Luz do seu dia,
Luz celestial possuída pelo desejo de uma paixão diabólica!
No desencontro das horas pirogravava breves momentos,
Queimando a carne com instantes de tórridos sentimentos,
Delineando contornos na injustiça de incendiadas lacunas,
Delineando contornos na injustiça de incendiadas lacunas,
Cinzas de omissões desfragmentadas em vários elementos,
Separados entre si à distância aprazível de mãos oportunas,
Que gravando cornucópias triunfantes de humanas fortunas,
Cicatrizam doces emendas distantes com poéticos segmentos,
Incendiando de liberdade a loucura de secretos movimentos!
Agulhas incandescentes flutuam sobre oceanos de salvação,
Gravam águas salgadas com a fervura de um Amor impossível,
Salvando prazeres que emergem da profunda distância sensível,
Pelas lágrimas que se afogam entre o sal que queima de sedução,
Ateando o fogo que aceita no frio insensível do prazer em negação,
Desencontrado das horas onde a diferença é igualdade compatível!
Porque a agulha que atravessa o coração é incandescente,
Ainda que a desigualdade pareça o frio de uma Luz mais visível,
Complementam-se nas semelhanças das verdades de quem mente!
6 comentários:
Julho de 2010.
DiVerso quebra o silêncio, inspira-se em fogo, queima a pele e cerze em fendas o Amor que não [coM]sentido, nega.
"Pirografia das Lacunas" é outro poema de Amor que DiVerso não escreveu, mas que não deixa de ser sobre o Amor. É DiVerso em versos e rimas, no uniVerso de um clima gélido, embora verão e é Krystal nos versos que segredam a doçura do amor na poesia que rima com 'dor'.
No tecido [sentido], a agulha entre linhas azuis e vermelhas, o desejo, o desencontro, o sol que se esconde... as muitas mentiras e a verdade da lesão que não favorece a cicatriz no amor que não acontece.
Na ferida aberta, exsudatos de Razão, justificam-se.
No fim da linha, ou da meada, na "felicidade simbólica" lê-se no [Verso] de DiVerso:
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer...” [Camões]
|@
Um Amor que não arde, que não dói [Verso]... Benditas águas!
KrystalDiVerso
António Pina
Meu Caro,
Ah ... mudou-lhe a fotografia!
Ainda não tinha deixado nenhum comentário, porque, confesso-Lhe e talvez por estar muito absorvido não vá ao meu fio, perder-lhe as pontas, certo é que, na sua densidade, a sua poética é difícil de mastigar ...
Não vem daí mal ao mundo, um grande abraço
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Julho de 2010
"Fire.Poema":
Entre o fogo, alguns elementos são preservados, enquanto o coração de [cri]stal emerge e resguarda em si [ao redor de si] todo calor que, ainda que não queime, arde.
É DiVerso, em imagem poética, remendando seu tecido com linhas que incendeiam e preenchendo 'Lacunas' à 'Pirografia'.
|@
Boa semana.
*
o poder do fogo,
num texto sem lacunas !
,
saudações,
ficam,
*
Meu caro Cristal!
Qualquer loura que se preze adora ser o prato principal de uma boa iguaria cultural.
Um abraço que eu vou de férias
Filomena
Ah, Claro que gosto dos seus espaços virtuais, não tenho é grande paciência para comentários.
Coisas de louras
Já tinha saudades de te ler. Porque gosto desta tua forma de escrita... só o título já dava um tratado poético!
Beijo para o teu fim de semana.
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