segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Filhos Esquecidos


Quando te lembras de ti,
Sentes queimar tua existência,
Ouves gargalhadas de quem ri,
Ao lado de teu quarto dourado,
Cerras os dentes com violência,
Voltaste a ser desprezado!

Adormeces na madrugada fria,
Acordas sobressaltado,
Levantas-te a dormir, gelado,
Vais confirmar a cama vazia,
Ritual solitário de mais um dia,
Onde és o vizinho do lado!

Vai passando amargurado o tempo,
E não consegues encontrá-los,
Não aguentas o sofrimento,
Choras por querer abraçá-los,
Àqueles dois amantes,
Mas nada é como dantes,
Decides tornar-te violento,
Teu desejo é matá-los!

Friamente o plano cego é concebido,
Berlinde de neve que começa a rolar,
Vais lamentar ter fugido,
Ninguém te vai encontrar,
E se o destino te for fatal,
Enlouquecerão por terem sido,
Pais que um filho haviam esquecido!

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado amigo por falar num tema tão triste como este. Muitas vezes somos abandonados na própria casa e pelos próprios pais que estão demasiado ocupados para se lembrarem de nós.Dão-nos tudo que é um bem material mas esquecem-se de nos dar o que mais precisamos que é o amor. O dinheiro, as playstations, etc, etc, não bastam