quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

KrystalDiVerso.Fim



Erguidos os labirintos que me fitam,
Flutuam sobre plataforma flutuantes,
Há palavras em reflexos que me imitam,
Pesados versos que sobre mim levitam,
Fazendo-me leve em curvas insinuantes,
Insinuando-se nas finas linhas sibilantes,
Que, passando, nos meus Poemas ficam!

É tempo de voltar à iniciação final da Poesia,
Reviver o ritual do princípio nunca abdicado,
Velha estreia de um outro princípio acabado,
Que começa onde o anunciado fim se inicia,
Acabando por ser imagem de minha ironia,
Escondidos olhos de um espelho debutado,
Quebrado por um sofrido brilho sem agonia,
Gasto pelo tempo há muito tempo iniciado!

Olhando esta vassoura de Krystal, na mão,
Leve de peso que eu carrego com algum Amor,
Pesado na leveza deste meu estranho coração,
Onde não bate aquele impulso de estranha dor,
Afeiçoada às grades de doce cárcere libertador,
Que todos liberta do deslumbre forte da ilusão,
Desvanecida na serenidade ilusória do alvor!

Brincando com letras mágicas,
Ofereci o riso aos dramas profundos,
Lágrimas prenhes aos estéreis fecundos,
Ainda dei palavras às felicidades trágicas,
E cem anos de vida a abortos moribundos!

Os filamentos triunfantes de poética piaçaba,
Prolongaram Poemas longos que se foram repetindo,
Varrendo escória que o avesso dos tapetes foi atraindo,
Deformando Protuberâncias de quem, sem o saber, se gaba,
De ser o portador legítimo de uma vassoura que aldraba,
Escondendo almas nuas que de lixo se foram vestindo!

É-me agora oferecido todo este labirinto de Krystal,
Sem muros até ao inferno nem estreitos becos sem saída,
Em cada esquina de mistério desenha-se uma sátira perdida,
Que encontra na próxima entrada um céu de ironia natural,
Onde repousarei de todo este descanso pouco consensual,
Entre os pobres poetas e os génios de loucura varrida!

Desliza o derradeiro Poema no alheio rodapé que se acalma,
Enquanto recolho a vassoura que varre o KrystalDiVerso,
Substituído por pequenos Poemas de um krystald’Alma!




4 comentários:

Teresa Alves disse...

Da palavra prometida, o prometido.

“KrystalDiVerso [“...Poemas ficam!”].Fim [“...anunciado fim se inicia”] REInaugura a trajetória da poesia, manifesta-se através do monólogo e confessa-se.

Há versos que calam. Ou porque trazem sorrisos repletos de significados diVersos. Ou porque fazem chorar.

A poesia KRYSTAL'ina é diVersa, complexa e sugestiva de um sentido que ultrapassa qualquer lógica, povoada de enigmas e mistérios, “Brincando com letras mágicas”, sem distinção de raça, gênero, etnia e sem distinção de passado, desfruta da criatividade contínua, do mundo e de si próprio. É misto de tristeza e alegria, dor e prazer, e, senão cura, alívio, na prevalência do despertar à consciência, íntima ou social.

A ‘loucura’ é controlada e medida certa ao tamanho ideal da lucidez que DiVerso nunca se afastou, modos de expressão que a vigência dos costumes e caráter exigem, na posição defensora, outras vezes acusadora, de verdades reveladas à face de algum custo e sacrifício, porém, indiferentes e livres de qualquer hipocrisia. Característica principal dos poemas diVersos.

Palco de tintas e pincéis, a paisagem é sóbria e lúcida. Voltada à realidade cotidiana, a poesia mais racional que emocional, aflora sentidos e sentimentos, desperta a curiosidade e favorece o tempo à reflexão. O tapete não cobriu o lixo, ao contrário, ‘varrendo escória’ povoou o uniVerso de calorosas discussões. Promoveu encontros e desencontros, e numa espécie de enlace paradoxal, mas necessário, enquanto imprimia a poesia na pele, exprimia na alma toda a sua nudez: “Escondendo almas nuas que de lixo se foram vestindo!”.

E vulneráveis, paisagem e paisagista fundem-se, numa deliciosa cumplicidade: “Em cada esquina de mistério desenha-se uma sátira perdida”.




¬
Com pesar e apostando em KrystalD’Alma na continuidade desse uniVerso, despeço-me, desejando um Feliz Ano Novo à família KrystalDiVerso.

poetaeusou . . . disse...

*
amigo
saudoso já estou !
,
nunca olvides,
estas estradas virtuais !
,
um grande abraço,
deixo .
,
*

Anónimo disse...

"De poeta e louco todos temos um pouco."

Não aqui!

Aqui a poesia é livre na expressão da verdade absoluta e lógica.

Bom 2011!!

Teresa Alves disse...

______Entre os pobres poetas e os génios de loucura varrida!""""

Nada se compara à poesia que corre livre d'Alma e que ao encontro da lucidez nos favorece um caminho de muitas alternativas, todas elas, porém, com estradas de linhas retas na dignidade dos valores, porque foi aqui, neste uniVerso que aprendi que o carácter é uma estrada sem curva.




¬