quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dependência do Arrependimento



Tão alegres e dependentes,
Que só nossas mães ousam levantar a voz,
Para acabar como elas tão sós,
De nós, concebidas sementes,
Para que não possa dizer que mentes,
Não me deixes dizer também:
Ai de mim, ai de ti, ai de nós!
Também jamais pensara nesta idade,
Porque dos anos não tinha piedade,
Tão só esquecimento e saudade!

Não me lembro da Terra,
Quero lembrar os amigos,
Não me lembro de tempos antigos,
Quero uma impessoal guerra,
Mas por minha desgraçada sorte,
Sou mais um a não querer a morte,
Apenas o segredo que ela encerra!

Já me lembro!... És tu amigo?!...
Não!... Apenas um reflexo do passado;
Sim, quem sabe, um sorriso antigo,
De quem sofra, talvez, por ter errado!

Tão tristes e dependentes,
Que só nossas mães ousam levantar a voz,
Não me lembro de tempos antigos,
Gostava de recordar os amigos,
Se soubesse distingui-los a sós,
Entre nós e outras gentes!

Agora, de toda uma vida menor,
De tão linda e rica que era,
Fodeu-se a juventude que me esquece,
Por tão cheia vida maior,
Já minha vontade não é uma fera,
Mas um inimigo, parece!

2 comentários:

Dona Sra. Urtigão disse...

Confesso que custam-me as palavras face ao impacto.
Senti tua poesia como um...soco no estomago. Se são de outra juventude, desejo que tanta dor tenha ficado no passado. Constituindo quem és, mas não mais experimentado. Alterne, então, se é que tenho direito de intrometer-me, com recentes, para que possamos desvendar teus caminhos.
Um grande abraço, e ,envaidecida por teres ido ao meu sítio.

Teresa Alves disse...

[...]
Não me lembro da Terra,
Quero me lembrar dos amigos,[...]

Também eu.









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