terça-feira, 3 de agosto de 2010

Triunfo do Burro


Quando um animal,
Assume seus tiques racionais,
Confunde-se entre seus iguais,
E a igualdade mental,
De uma diferença normal,
Diferente em todos os animais!

Quando um burro,
À margem de uma elite social,
Assumindo um comportamento anormal,
Confrange-se por seu defeito casmurro,
Ao querer ser um fenómeno verbal,
Não conseguindo esconder seu visual,
Condizente com seu íntimo surro,
Entranhado em sua natureza essencial,
Sua falta de vergonha tem cheiro de esturro,
Esquentado pelo amor doentio natural,
De outro burro igual,
Incrustado de esturrado churro,
Que cobre a pele com falta de vergonha ancestral!

Quando um animal,
Que quis sua sombra diferente à minha passagem,
Se contrapôs entre meu foco principal,
E o teor intencional de minha mensagem,
Decidindo defender a fraternidade integral,
Soltou um coice colossal,
Oferecendo-me uma enorme vantagem,
Sobre a enormidade maior de sua abordagem,
Antecipação do asinino comportamento habitual!

Então, quando estava eu prontinho,
Para fotografar o que minha Alma via naquele ser,
Surgiu de entre as orelhas espetadas do animalzinho,
Um afoito sarilho colado à sombra de um homenzinho,
Que lá do alto de seus bicos de pés atreveu a esclarecer,
O imperativo da fotografia à sua autorização obedecer,
Causando no burro um esbugalhar dos castanhos olhinhos,
Que de imediato se soltou num zurrar de perfeito entender!

-Ouça lá, -dirigiu-se-me o homenzinho com ligeireza,
Você pediu autorização para fotografar-me e ao jumento?
Ao que eu respondi no momento:
-Caro amigo, eu não pretendo fotografar sua esperteza,
Mas apenas a inteligência do burro e seu lamento,
Por ter um dono de tão néscia subtileza!

Há criaturas que vendo na burrice alheia,
Um tesouro que devia ser seu,
Fecham os olhos à burrice que os rodeia,
Agradecendo a burrice que os arreia,
E os derreia com o chumbo de pobre sandeu,
Que pela cobiça toda a burrice granjeia!

Zurram os burros verdadeiros,
Dos outros burros espertos,
Que ao julgarem ter os olhos abertos,
carregam os burros sorrateiros!

4 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

SE HÁ


Há homens tão burros
que ao jumento
e seu lamento
os confundem com seus urros


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 3 de Agosto de 2010

Teresa Alves disse...

O tema, em versos, incita o raciocínio e não encontra na razão, méritos ou deméritos. A questão é íntima, mas não é pessoal.

Temos então um poema a gosto de agosto, com o 'saber' proporcional à inteligência e ao conhecimento em se fazer valer das palavras certas e bem administradas, um bem, não apenas comum, mas necessariamente comum ao meio onde bípedes e quadrúpedes vivem. E mais que isso, precisam aprender a conviver em alguma harmonia.




|@

poetaeusou . . . disse...

*
gostei
amigo
neste País só vencem os burros,
com inteligentes artimanhas, e
quem não se travestir de burro,
burrificado fica . . .
olha,
vou ali dar uns coices,
volto já,
,
aquele abraço,
,

Errol Flyn disse...

Conhecis a história do burro de Burindan?Mais BURRO não há...